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domingo, 19 de junho de 2011

Um pouco sobre a ectotermia: Temperatura corporal nos Répteis

Uma característica marcante dos répteis é a ectotermia. Esta palavra, que pode lhe parecer estranha, significa, trocando em miúdos, que o ganho de temperatura corporal do animal ocorre através de fontes de calor externas. Neste caso, todo o calor presente no corpo de um réptil provém do meio no qual o indivíduo se encontra. Estas fontes de calor podem ser a radiação solar que incide diretamente sobre o corpo do animal, ou aquela que é refletida por rochas, areia ou até mesmo galhos de uma arvore. Por exemplo, não é incomum encontrar na natureza algumas espécies de lagartos com a temperatura corporal igual a 39°C (lembrando que o ser humano regula sua temperatura corporal em torno dos 36°C) ou seja esses animais não possuem “sangue frio” como se costuma dizer.

Por este motivo muitos pensam que a temperatura desses animais deva corresponder exatamente àquela encontrada no meio. Entretanto, grande parte das espécies lançam mão de mecanismos comportamentais que permite a regulação da temperatura corporal, de modo que ela varie pouco. Os lagartos, por exemplo, ajustam a posição do corpo em relação aos raios de sol, com isso podem aumentar ou diminuir a área de superfície corporal que recebe os raios do sol. Assim, quando precisam de maior quantidade de calor expõe uma parte com maior superfície ou, do contrário, quando necessitam ganhar menos calor expõe superfícies com menores áreas corporais. Um outro comportamento adotado por lagartos é regular o grau de achatamento em relação ao substrato. Quando muito frio é comum ver esses animais com o ventre totalmente em contato com o substrato que ele ocupa, seja uma pedra ou até mesmo paredes e muros nas grandes cidades. Também é comum que o animal alterne a permanência entre áreas sombreadas e ensolaradas.

Temperatura corporal de T. hispidus e as temperaturas do meio (rocha e ar ambos sob sol). Figura modificada de Vitt et al. 1996. J. Tropical Ecology 12:81-101

As serpentes tendem a escolher ambientes onde as temperaturas são mais adequadas para seu metabolismo e podem também utilizar de modificações em posturas corporais ou na posição em que se encontram em relação a fonte de calor. O controle da temperatura corporal através de produção própria de calor é incomum nos répteis, contudo ela ocorre na espécie Dermochelys coriacea, conhecida como tartaruga-de-couro nas serpentes pitons.

Não fosse pelo processo de regulação da temperatura corporal – o que tecnicamente se chama termoregulação- a temperatura dos répteis tenderia a subir conforme as temperaturas ambientais aumentassem. Contudo o que se nota é que ela relativamente estabiliza em um determinado valor. Este valor de temperatura é considerado como aquela ideal para grande parte das reações metabólicas que acontecem no corpo do animal.

A temperatura do meio tem implicações importantes para a vida de um animal ectotérmico. A escolha de sítios com melhores condições termais pode implicar em maiores taxas de crescimento e melhor funcionamento metabólico, um processo determinante na vida destes animais.

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